Angiogênese tumoral: como os tumores criam vasos e o que isso muda no tratamento

Quando você ouve falar de câncer, muitas vezes pensa em células que crescem demais. Pouco se comenta que, para crescer, um tumor precisa de sangue. É aí que entra a angiogênese tumoral – o processo pelo qual o tumor “pede” novos vasos sanguíneos para se alimentar.

Os vasos recém‑formados fornecem oxigênio e nutrientes, mas também ajudam as células cancerosas a se espalharem para outras partes do corpo. Por isso, impedir a angiogênese virou uma das estratégias mais promissoras na oncologia.

Como a angiogênese alimenta o câncer

Todo tecido do corpo tem um controle rigoroso de quando formar ou destruir vasos. Nos tumores, esse controle quebra. As células cancerosas produzem moléculas sinalizadoras, como o VEGF (fator de crescimento endotelial vascular), que dizem aos vasos “venham aqui”. O VEGF se liga a receptores nas células dos vasos e desencadeia a formação de novos capilares.

Além do VEGF, outras substâncias – FGF, PDGF e angiopoetina – entram nessa dança. Elas aumentam a permeabilidade dos vasos, facilitam a invasão das células tumorais e criam um microambiente que favorece o crescimento do tumor.

Um fato prático: tumores que têm muita angiogênese costumam ser mais agressivos e ter pior prognóstico. Por isso, medir o nível de VEGF no sangue ou no tecido pode ajudar o médico a escolher o melhor tratamento.

Principais estratégias anti‑angiogênicas

Os medicamentos anti‑angiogênicos bloqueiam os sinais que dão ordem para a formação de vasos. O mais conhecido é o bevacizumabe, um anticorpo que liga ao VEGF e impede que ele ative os receptores. O bevacizumabe é usado em câncer de cólon, pulmão, mama e rim.

Outras drogas, como sunitinibe e sorafenibe, são inibidores de tirosina quinase. Eles não só bloqueiam o VEGF, mas também outras vias (FGF, PDGF), dando um efeito mais amplo. Esses comprimidos são convenientes porque podem ser tomados em casa.

Além dos fármacos, procedimentos como a terapia de radiação dirigida a vasos ou o uso de nanopartículas que entregam “inibidores” direto no tumor vêm sendo testados. A ideia é cortar o suprimento de sangue sem causar muito dano ao tecido saudável.

É importante lembrar que os tratamentos anti‑angiogênicos não curam o câncer sozinhos. Eles costumam ser combinados com quimioterapia, imunoterapia ou cirurgia para potencializar o efeito. Também podem causar efeitos colaterais como pressão alta, sangramentos e feridas que demoram a cicatrizar.

Se você ou alguém que conhece está passando por tratamento de câncer, converse com o oncologista sobre a possibilidade de usar terapias anti‑angiogênicas. Pergunte como elas podem melhorar a resposta ao tratamento atual e quais riscos precisam ser monitorados.

Resumindo, a angiogênese tumoral é a forma que o câncer tem de garantir seu próprio abastecimento. Bloquear esse caminho pode atrasar o crescimento do tumor e reduzir as chances de metástase. Por isso, entender o processo e as opções de tratamento é fundamental para quem busca informações práticas e confiáveis sobre o assunto.

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